sexta-feira, 27 de março de 2009

Menos um...

Acabo de chegar de nova intervenção cirurgica, novamente no HCE de Ribeirão Preto, desta vez tiraram um quisto da cabeça, um bicho feio do tamanho de uma bola de gude, daquelas grandonas.
Foi vapt-vupt, num instante resolveram, me liberaram praticamente na hora e já estou de novo conectado.
Mais uma vez só posso elogiar o excelente HCE de Ribeirão, um hospital que deveria servir de modelo, tanto pela qualidade e eficiência do atendimento quanto pelas instalações e presteza.
Ontem uma pessoa ligou, confirmando a operação e hoje cheguei um pouco antes do horário previsto e a operação acabou terminando antes deste horário, demonstrando que o sistema informatizado deles funciona perfeitamente.
Novamente só tenho a agradecer, tanto ao bom Deus que abençoou quanto aos profissionais que cuidaram de tudo com a devida competência.
Tô aqui com essa faixa ridícula na cabeça, exagerando o fato, mas foi coisa boba e fiquei livre de mais um calombo que me acompanhou tempo demais.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Tenis Caro

Por volta de 1990, quando trabalhava para a PCI, participei de uma reunião onde precisei colocar uma roupa mais alinhada e fui com aquela única calça social que eu tinha, já meio apertada, mas estava bem, elegante e totalmente de acordo com os demais participantes.
Na hora do almoço levei um grupo a um de meus lugares preferidos, um rodízio de massas, bem no centro do Rio, chamado Cosa Nostra, comemos bem, na verdade comi MUITO.
Na hora da saída vi um par de all star na vitrine de uma loja esportiva, tava num preço bem convidativo e eu adorava aquele tênis pra jogar meu basquete.
Mandei o pessoal seguir e entrei na loja pra comprar o tênis.
Ao sentar par experimentar ouvi aquele som característico de calça descosturando, senti o vento entrando pelo trazeiro e percebi que a calça tinha aberto da braguilha até o cinto.
Bom, eu estava em uma loja de roupas, tinha grana, era só comprar uma calça, mas a única que tinha disponível era uma calça de abrigo e evidentemente não ia combinar com minha camisa social e gravata, então mandei adicionar uma camiseta, só aproveitei a meia e a cueca.
Na reunião ninguém entendeu nada, sai com traje social fino e voltei fantasiado de esportista.
Houve várias versões para contar aos presente, a alguns contei a verdade e me sacaneiam até os dias de hoje, quase 20 anos depois. A outros disse que ia fazer uma caminhada logo mais e tinha levado a roupa, totalmente destoante do traje básico de diretor importante.
E saiu caro o tal tênis que achei barato...

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Meliante perigoso...

Fui criado na fé católica apostólica romana (não necessariamente nesta ordem), fui batizado, crismado e já fiz aquele curso que a gente precisa fazer pra ser padrinho de casamento umas tantas vezes e participei de grupos de jovens.
Mas sou curioso, questionador e em dado momento queria saber o que outras religiões tinham a me oferecer (ou eu a elas) então frequentei outros "sabores" de fé.
Nem sei a qual vertente pertencia aquela igreja que eu gostava de ir, hoje tem lá um prédio no lugar e creio que eu tinha uns 15 anos quando participava. Uma das coisas que eles faziam era visitar os presos e fui diversas vezes a cadeia pública, ali perto, no centro de Ribeirão Preto.
Os presos faziam pedidos e um deles era ter algo para ler, reclamavam que não tinha biblioteca por lá e para mim aquilo doeu mais do que qualquer coisa, afinal eu era rato de biblioteca desde que aprendi a ler e tinha meus contatos na Biblioteca Altino Arantes, bem ali perto, na mesma rua.
Levei o problema a administração da Altino Arantes e na mesma hora sai de lá com uma caixa de livros na cabeça... daquelas caixas grandes, do tamanho de uma caixa de televisão.
Eram livros novos, tive que conter minha vontade de levar alguns para casa, mesmo porque eu tinha liberdade de ir a Biblioteca e pegar mais, sempre que eu quisesse.
Nem passei na igreja, fui direto a cadeia e entreguei a caixa a alguém que disse ser o responsável pelo lugar, informando que os livros eram para montar uma biblioteca na prisão.
Sai de lá feliz da vida, achando que tinha feito minha boa ação daquele dia, os guardas elogiaram a iniciativa e tudo mais, sai com o espirito mais leve, e o corpo também, afinal carreguei a tal caixa pesada na cabeça por uns 10 quarteirões.
Na visita seguinte fui conferir com os presos se tinham gostado do presente e para minha surpresa soube que nenhum livro tinha sido entregue. Questionei sobre isso com os carcereiros e ninguém sabia de nada, ninguém viu a tal caixa... o meu orientador da igreja preferiu não criar polêmica.
Mas sai de lá direto para uma rádio (que também não existe mais, no local tem uma loja das Casas Bahia) e dali a pouco todo mundo que ouvia rádio sabia dos livros sumidos.
Na minha alma ingênua de garoto achei que ia tirar os ratos da toca e na próxima visita tinha certeza que os livros apareceriam e realmente alguns apareceram, nem 10% do que eu tinha levado, mas pelo menos não diziam mais que eu tinha inventado a história e que a tal caixa nunca existiu, pois foi isso que deram a entender os pilantras de uniforme.
Mas olha só... ao me revistar, como sempre faziam, apareeu no "meu bolso" uma serra de aço, destas que usam em arcos de serra. Aquilo nem caberia no meu bolso, mas apareceu num passe de mágica nas mãos de um dos pilantras e minha entrada foi proibida.
Fui devidamente ameaçado de prisão se aparecesse por ali de novo e para meu desespero o pessoal da igreja nada fez, praticamente me deixaram a mercê daqueles pulhas.
Nada fizeram a não ser me aterrorizar um pouco, depois me liberaram, com a recomendação expressa de nunca mais dar as caras por ali, o que realmente fiz.
Também não dei mais as caras na igreja, fiquei decepcionado por duvidarem da minha palavra e não terem me apoiado nesta situação ridícula.
Na biblioteca lamentaram comigo pois só lá eles sabiam da verdade, lá e na rádio, mas infelizmente o mundinho dos canalhas permaneceu intocado.
Nunca mais eu quis entrar numa prisão, passo perto de uma e fico assustado! Não pelas pessoas que estão lá dentro contra sua vontade, pois aprendi desde cedo que nem todos ali são efetivamente "meliantes" como dizem os policiais.
Meu medo é das pessoas que guardam as prisões, sei que nem todos devem ter a alma negra daqueles que roubam livros e acusam injustamente uma criança... ok, um jovem, mas ainda uma pessoa em formação e que não precisava nunca ter passado por aquilo.
Porque lembrei disso?
È que li a pouco no site de uma excecelente revista aqui de Ribeirão Preto a história de um professor que fala da importância dos livros e da leitura, a matéria está aqui.
Sei bem o que a leitura pode fazer de bom por uma pessoa e se gosto de escrever como gosto é porque li e ainda leio muito, espero que tenha feito algo de bom por aqueles sujeitos que roubaram os livros e ainda me acusaram de participar de planos de fuga.
Curiosamente nesta mesma delegacia, nesta mesma cidade e nesta mesma rádio eu teria, um pouco mais a frente uma nova historia de malandragem explicita, mas isso é outro causo.
A delegacia infelizmente ainda está lá, no mesmo lugar, não tem mais prisão interna pois ficou pequena demais para a quantidade de pessoas que gostam de colocar atrás das grades.
È isso que me preocupa na humanidade, as igrejas caem, as rádios caem, mas certas instituições permanecem, mesmo quando sua utilidade deixa de existir.
E ainda por cima nunca mais consegui encontrar uma igreja na qual pudesse depositar minha fé, passei a despreza-las como instituição e só muito recentemente encontrei uma que tem principios que já trazia comigo desde o nascimento.
Não pretendo falar dela aqui, mas aos mais curiosos recomendo um Blog que podemos dizer que é irmão deste, já que o "pai" é o mesmo. Lá eu falo de fé, juntamente com a pessoa que me fez voltar a acreditar na fé novamente. O Blog chama-se Luz no Paraíso.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Eu bebo sim...

Não sou de beber muito, tanto que nos meus 51 (epa!) anos de existência houve apenas dois porres que merecem ser lembrados.
O primeiro marcou justamente minha apresentação ao Sr Alcool, eu tinha exatamente 18 anos e nunca tinha bebido algo contendo alcool.
Não que eu fosse um garoto muito certinho, mas meu pai era alcoolatra e isso foi suficiente para não entrar bebida em minha casa, até hoje respeito a casa de minha mãe e raramente consome-se bebida alcoolica, apenas em festas.
Nesta minha primeira vez estava numa festa de fim de ano, com colegas de trabalho e todos bebiam sua cervejinha e então resolvi provar. Não gostei, mas bebi mesmo assim, para acompanhar os amigos, porém tinha um espírito de porco no lugar, que misturava - sem eu perceber- cachaça no meu copo.
Aqui fica o aviso... cuidado com amigos traíras ao beber em um bar, nunca se sabe até onde vai a brincadeira e o ditado é cruel... o que é do bêbado não tem dono.
Mas desta vez tinha apenas um traíra no grupo, os outros me levaram para casa.
A mãe, ao me ver chegar - amparado por dois outros bebados - se perguntou porque eu trazia nos ombros aqueles dois... mas eles que me traziam.
Um japones que jogava futebol comigo e era dono da farmácia me aplicou a famosa injeção de glicose (se fosse hoje, com a diabetes eu estava ferrado) e ainda tive a pachorra de sair para a noite do reveillon...
Fui encontrar a namorada e perdi a namorada... disse ela que foi por conta do bafo-de-onça.
Deste porre a única sequela foi que passei a gostar de cerveja e acho que foi bom, pois tinha uns outros amigos que me olhavam meio atravessado quando eu ia a um lugar e pedia leite...
No segundo porre eu já era um pouco mais maduro, já conhecia bem as bebidas, tanto que sempre era chamado para cuidar das batidas e outros acompanhamentos. E desta vez um vizinho ia dar uma festa pra 200 pessoas e me pediu para ajudar com o preparo das bebidas.
Optamos por batidas diversas e ponche de vinho com champanhe, misturado com frutas.
Compramos baldes novos no supermercado, para poder preparar tudo na quantidade necessária e passei a tarde nesta labuta.
Por volta das 19 horas os convidados começaram a chegar e eu começava a sair... tinha ficado de porre apenas por experimentar meus drinques.
Dormi até quase meia-noite e perdi a festa, mas me acordaram e me carregaram para a praia. Lá deitei na areia e fiquei olhando as estrelas, que chamavam meu nome...
Peralá?? Estrelas chamando meu nome?
Nada disso... era o pessoal me chamando, achando que eu podia ter me afogado ou coisa pior.
Deste ficou apenas a lição, de não provar tudo que faço.
Claro que houve outros meio-porres, daqueles em que a gente pensa que é dono da situação ou daqueles em que simplesmente se dorme e quando acorda a festa já acabou, mas estes não contam.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Adicional de insalubridade.

Hoje fui retirar os pontos de uma cirurgia de hérnia umbilical que fiz no dia 17 próximo passado. Cirurgia perfeita, executada no excelente Hospital Estadual de Ribeirão Preto. Não senti dores, não tive qualquer problema, fico grato e agradeço a Deus por este presente.

Esta hérnia foi adquirida transportando um piano - literalmente. Dali a pouco alguém perguntou o que era aquilo no meu umbigo, olhei e tinha uma bola. Brinquei que era um calo sexual e carreguei essa porcaria por mais de 10 anos.

Uma vez uns policiais estavam fazendo uma geral e um deles perguntou o que eu tinha na cintura, falei que era só o meu umbigo e levantei a camisa... ele se afastou e falou: CREDO!

Pois é... não tenho mais, já era, obrigado a toda a equipe do hospital e a minha irmã Rosely, que ouviu falar na TV que este hospital faria um mutirão.

Mas poxa... o que quer dizer aquele título?

Simples...

Na hora de tirar os pontos, o médico residente deu uma saidinha da sala e pediu pra eu esperar uns minutos.

Deitado na maca, com aquele ar condicionado fresquinho, veio a repentina vontade de soltar uma ... digamos, uma bufa.

A sala era pequena e considerava as possibilidades de dissipação quando entraram o residente e o professor.

Danou-se...

Pra ficar pior o médico apertava minha barriga e perguntava:

- Dói?
- Não! (mas se continuar apertando a coisa vai ficar feia)

Ele saiu e começou a operação tira-pontos... putz, a cada puxada de um ponto eu cerrava os dentes e o residente:

- Tá doendo?
- Não! (mas vai mais rápido pelamordeDeus)

Enfim terminou o martírio e corri para o banheiro, pronto a me vingar do mundo.... putz, tava cheio.

Fiquei na frente do espelho ensaiando caretas até sair o último e finalmente libertei um glorioso pum.

Nada. Nadica. Já era.

Sei lá se engoli ou ele tinha escapado sorrateiramente.

O que importa é que não houve vítimas fatais.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Saudades do Henfil...

Hoje, estava de papo com amigos via email e um deles lembrou do Henfil e isso detonou muitas lembranças.
Conheci o trabalho de Henfil quando ainda era um menino. Devia ter uns 13 anos quando li pela primeira vez uma história da Graúna e fiquei apaixonado por aquele humor sarcástico, por aquele traço minimalista e preciso. Henfil se tornou um ídolo e passei a procurar mais trabalhos dele.
Encontrei o Fradim... o desenho que ilustra o post foi desenhado por mim, agora, de memória e obviamente é uma representação muito fraca da capacidade deste que foi um dos maiores pensadores que o Brasil já teve.
Depois conheci o Henfil escritor, na verdade só li um único livro dele, creio que estou reservando os outros como se reserva no prato o melhor da comida, para o final da refeição.
O livro foi "Henfil na China", memórias de uma viagem que ele fez ao outro lado do mundo e foi como se estivesse do lado dele.
Então acompanhei virtualmente Henfil aos EUA, através de cartas que ele escrevia e publicava em diversos lugares, eu acompanhava as mesmas em uma seção chamada "Cartas da Mãe", que havia em uma publicação do Fradim.
E me arrisquei a escrever uma carta a ele e qual não foi minha alegria ao ver não só minha carta publicada na seção como receber uma preciosa carta escrita pelo próprio, com direito a desenho no canto e tudo mais. Infelizmente uma atitude impensada de uma ex-mulher fez esta carta se perder para sempre, ou provavelmente seria ela a ilustrar este post.
Foi-se a carta, mas a sensação de receber o contato daquele ídolo nunca vão conseguir me tirar, passei a desenhar o Fradim e a Graúna em tudo, era como uma marca.
Mas não foi só isso, aos 19 anos mudei para o Rio de Janeiro e em duas oportunidades consegui apertar a mão deste ídolo e uma delas foi mágica.
A primeira foi num lançamento de algum outro livro dele, confesso que não lembro qual foi o livro, mas recebi um convite do próprio Henfil para ir na tarde de autógrafos e estive lá, só deu para apertar a mão e não tinha sequer uma câmera pra registrar o momento, naquela bagunça ele certamente nem ouviu que eu era o tal sujeito que escreveu pra ele enquanto esteve nos EUA e mesmo que tivesse ouvido, seria certamente um entre muitos.
A segunda vez... que na verdade foi a primeira (troquei a ordem cronológica) aconteceu por mero acaso, na sede da Codecri, numa ladeira ali em Copacabana. Nesta época eu era leitor assiduo do Pasquim e apareci de penetra em uma reunião onde estavam vários ídolos, entre eles o Henfil.
La na Codedri o Henfil conversou alguns minutos comigo e certamente não lembrou qual carta minha tinha respondido, mas foi muito gentil e me deu um presente fantástico.
Falei pra ele que tinha a coleção de todas as suas revistas mas faltavam uns números e então aconteceu a mágica, antes de ir embora um funcionário da empresa me levou a uma espécie de porão onde estavam acumuladas centenas de publicações da Codedri.
Me disseram pra levar o que eu pudesse carregar e assim fiz...
Sai de lá com vários tesouros, inclusive alguns números do Fradim que eu não tinha porque foram publicados antes mesmo de eu descobrir o Henfil.
E sim... perderam-se todos na tragédia com a ex... nem vamos falar disso.
Depois disso vi o Henfil começar a aparecer no Fantástico, escrever na Veja e cada vez mais considerava-o um gênio e um exemplo a seguir.
Até que morreu... morreu cedo demais, como alias morrem aqueles que o mundo precisaria para ser melhor.
Morreu o Henfil e morreu também o irmão do Henfil, Betinho, imortalizado pela música do Chico Buarque e pelo seu trabalho pela sociedade brasileira. Muita gente não sabe, mas foi exatamente sob a batuta do Betinho que a Internet chegou ao Brasil, não que ele a tenha trazido, sozinho, numa mala, mas a instituição que chefiava deu os primeiros passos neste sentido e já em 1992, ou seja, 3 anos antes da web se tornar oficial no pais o instituto chefiado por ele já trazia a Internet, para o evento Eco 92. Sei porque estive lá, participei do processo e foi lá que conheci a Internet.
Em minha memória Henfil nunca morreu, pelo contrário, sempre que preciso de inspiração para poder me expressar com ênfase, com eficiência lembro dele e de seus fantasticos personagens, o Bode Francisco Orellana, a Graúna, o Fradim e o Cumprido e tantos outros personagens que ele criou e que eram a cara do Brasil.
Um gênio, com o qual tive o prazer de compartilhar idéias e momentos, mais do que marcante é um exemplo a ser seguido.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

História de pescador

Você ja pescou de "bundada"?
Provavelmente não, então vou contar um causo e depois você decide se é história de pescador ou não.
Não ouvi de ninguém, simplesmente estive lá, lembro até o ano, 1976, pois um ano depois eu estaria indo morar no Rio de Janeiro.
Nesta época eu trabalhava na Cordocha e fomos pescar com o pessoal da empresa, no rio Pardo, usando pra isso um sitio de pesca que nem lembro de quem era.
Lá pelas tantas, depois de muita cerva e cachaça decidimos efetuar a pescaria de fato, mas estranhei entrar no barco sem vara, sem nada e quando meu parceiro anunciou que seria pesca de "bundada" confesso até que fiquei preocupado, pelo jeito vinha gozação da grossa ou algum tipo de veadagem, mas não era nada disso.
O barco foi levado até a alguns metros da margem e fui instruido a levantar um pouco o corpo e bater a bunda no assento, com isso o barco começou um movimento de gangorra, já que na outra extremidade meu parceiro de pesca fazia o mesmo.
Acreditem ou não... mas um monte de lambaris começou a pular da água e caiam direto no fundo do barco, em uma cena parecida com a de um filme brasileiro, onde o Antonio Fagundes interpreta Deus.
Nunca tinha visto aquilo antes e a explicação lógica era simples, ao bater com o barco na água causava-se um efeito qualquer que fazia os lambaris pularem e muitos deles acabavam caindo dentro do barco, muitos mesmo, o chão do barco ficou forrado de lambaris.
Depois foi só voltar, limpar os bichinhos e fritar a milaneza.
Que delicia aqueles lambaris fritos.
Nunca mais fui fazer este tipo de pesca, foi só uma vez e sempre que conto dizem que é história de pescador.
Mas eu nem sou pescador, alias até onde me lembro essa foi a única vez que pesquei.

A foto a seguir é apenas para quem não sabe o que é um lambari:


sábado, 17 de janeiro de 2009

Primeiro Mundo

A idéia deste blog é postar fatos de minha vida que presenciei ou vivi, do presente ou passado e se eu estiver meio alegre demais, até do futuro.
Bom, acabou de acontecer um fato importante em minha vida, estou recém-saído de uma muito bem sucedida cirurgia onde me foi remendada uma hérnia umbilical.
Ganhei esta hérnia faz muito tempo, nem lembro a data, mas deve ter sido há pelo menos 10 anos atrás, estava visitando o sitío de minha amiga Sonia Rô e apareceram lá uns caras pra carregar um piano e resolvi ajudar... dali a pouco a Sonia me perguntava o que era aquela bola no meu umbigo, conversei com ela há pouco, pra falar que finalmente tinha operado e a desmemoriada nem lembrava disso.
Tentei, por pelo meno 3 vezes resolver isso com o nosso fantástico SUS mas sempre esbarrei na falta de competência, na canalhice e outros "ências" e "ices" que infelizmente habitam o universo desse nosso (des)governo.
Mas verdade seja dita... não pode existir a incompetência total, pois fui operado em um hospital estadual, na cidade de Ribeirão Preto e esse hospital quase me faz voltar a ter fé na humanidade e no fato de que - quando se quer - as pessoas podem fazer seu trabalho.
Desde o primeiro momento fui bem atendido, vi uma reportagem na TV, informando sobre um mutirão para operação de hérnia... na verdade quem viu foi minha irmã e depois que me ligou avisando procurei na Internet, achei o telefone do hospital e em 5 minutos estava marcada minha consulta, para 6 de Janeiro, deste ano que se iniciava.
Logo ao entrar no lugar já senti uma diferença, os atendentes sorriam, o computador funcionava e apesar da minha consulta estar marcada para 10 horas (cheguei as 9) fui atendido as 9:20.
E muito bem atendido... o enfermeito também estava sorrindo, foi simpático e em minutos fez todo o controle, peso, pressão, etc, me orientou a esperar mas nem foi preciso, mal sentei na cadeira e o médico já me chamava, também foi extremamente simpático e me explicou bem como seria a operação.
Em seguida fui passado para o anestesista, que também me informou direitinho o que iria acontecer e na continuidade fiz todos os exames, de sangue e o eletrocardiograma.
Uma semana depois estava de volta e fui novamente atendido pelo anestesista e a operação marcada, para hoje, as 7 da manhã
As 6:30 estava lá e as 7 horas já estava na sala de operação.
Essa é uma operação simples, mas nem por isso deixa de ser assustadora, a anestesia deixa o corpo dormente da cintura pra baixo e apesar de não sentir nenhuma dor parece que dá pra saber cada coisa que o médico está fazendo, cortando, suturando... fiquei o tempo todo acordado,mas não vi nada.
Poucas horas depois estava liberado e já estou aqui, sentado na frente do micro e comemorando essa vitória, agradecendo a Deus e as pessoas que a tornaram possível.
Não vim escrever por mim... acostumamo-nos a reclamar das coisas que não funcionam e temos o mal costume de não agradecer pelas que funcionam.
Estou agradecendo, aos médicos, aos atendentes e aos administradores deste hospital, que demonstam que é perfeitamente possível fazer a máquina pública funcionar.
Agora é descansar e nunca mais me meter a carregar pianos...
Infelizmente o hospital ainda não tem site, mas deixo os dados aqui:

Hospital Estadual de Ribeirão Preto
Av Independência, 4750 - Telefone: (16) 36027100

Ah... se alguém indicar pra um morador de Ribeirão Preto, não deixe de informar que pra ir pra lá precisa ser encaminhado por um posto de saúde ou participar de algum dos programas que são divulgados na imprensa.


terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Um celular com lanterna...

Roubaram meu celular... não, não foi agora, foi em 2005, simplesmente alguém pegou ele em cima da mesa sem eu ver e levou. Senti falta, era um dos poucos modelos ainda com IR (Infra vermelho) e que se conectava na boa com meu PALM, faziam uma ótima parceria e eu entrava na Internet com meu Palm, muito antes disso se tornar algo tão comum.
Não tinha muita grana então entrei na loja e pedi o mais barato e ele veio com uma coisa estranha, uma lampadinha, daquelas de lanterna mesmo, no cocuruto.
Peguei mesmo assim, mas não fui com a cara daquela lanterninha.
Meu Deus.... nunca uma lanterna me foi tão útil, quantas e quantas vezes me salvou durante a manutenção de um computador num canto escuro atrás de uma mesa, ou serviu pra achar algo perdido no chão do carro, até mesmo ajudou no socorro a um acidentado, foi a luz dessa lanterna que um sujeito foi socorrido por um médico que passava no lugar, fiquei lá segurando tentando fingir que não via aquele sangue todo.
Enfim... o celular que só tinha aquela lanterna foi muito mais útil do que eu podia imaginar, deviam colocar lanternas em todos.
Acabou ficando junto com tudo que uma ex me roubou descaradamente, espero que lhe seja útil como foi pra mim, embora acredite que ele jaz na mesma gaveta onde ela colocou tudo que sabia que me faria falta, por nem ter idéia de como se use.
Lembrei disso porque as vezes valorizamos muito aparelhos que prometem fazer tudo e não nos damos conta de que uma simples lampada pode nos salvar de uma enrascadas.
Ah... e claro que não posso esquecer um causo com uma outra lanterna.
Essa eu mesmo fiz, era uma simples lampada presa numa pilha com fios velhos, mas era a MINHA lanterna, que eu fiz sozinho e dormia com ela.
Bom... nesta época eu morava numa casa pequena e uma pessoa que é melhor eu não identificar pediu a minha mãe pra deixar a namorada dele morar lá por uns tempos, na verdade uma amante e uma namorada, mas eu era muito novo pra saber a diferença.
O fato é que ela se acostumou a dormir na minha cama... não comigo, claro, eu tinha que ir pra um sofá e deixar a perua lá.
E o tal cara que-não-posso-dizer-quem-é se acostumou a ir lá fazer uns carinhos nela, que eu também sempre fingi que não vi.
Mas um dia ela não estava e fui dormir na minha própria cama, com a lanterninha frankstein.
E não é que o sujeito chega - no escuro - e pensa que é a namorada (tá, a amante) deitada e vem cheio de desejos pra cima desse pobre escrevinhador.
A lanterna me salvou a vida...
Liguei e apontei pra minha cara.
Ufa! Salvo pelo gongo... quero dizer, pela luz.
Não desvalorizem jamais uma lanterna.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Cinema é a melhor diversão

Após um certo jejum de cinemas resolvi ir a estréia de "O dia em que a terra parou" e já escrevi a crítica do mesmo em Fofocas Cinematográficas, meu blog só para cinema.
E fui com um amigo daqueles de muitos anos de estrada, o Renato Degiovani que também levou o filho Matheus.
O filme não foi grandes coisas, mas o momento foi marcante porque me fez lembrar outra situação que foi marcante.
Conheci Renato quando morava no Rio de Janeiro, ele era um dos editores da Revista Micro Sistemas e um de meus ídolos da época. Por intermédio de um amigo comum acabei fazendo amizade com ele, temos a mesma idade e os mesmos interesses na área de informática. Na época RD (como o chamo) acabou me convidando para trabalhar na Micro Sistemas e foi um de meus trabalhos mais marcantes e interessantes.
Quando trabalhávamos na revista tínhamos uma sagrada mania, compartilhada com outro amigo daquela época, o Claudio Costa. Era praticamente um compromisso, "fazer laboratório" no velho cine Odeon, praticamente toda semana.
E hoje, passados mais de 20 anos daqueles bons tempos, repetimos este prazer.
Até ai tudo bem, dois amigos de longa data se encontram e vão ao cinema... nada de mais diria o atento leitor ou a distraída leitora.
Mas nada é tão simples.
Tanto RD quanto eu deixamos o Rio de Janeiro e nos perdemos um do outro e foi justamente num cinema de Ribeirão Preto, exatamente no mesmo Shopping em que fomos hoje que vi RD passar com seu filho Matheus... eu saia da sessão de MIB (Homens de Preto) e ele entrava com o menino, que a última vez que eu tinha visto era apenas um bebê.
Fazia uns bons 10 anos que não nos víamos, sequer nos falávamos e nos encontramos num cinema, justamente o nosso lugar favorito.
Também não seria novidade, mas a partir deste encontro nunca mais perdemos o contato e a partir dai voltamos a desenvolver projetos juntos e manter uma conversa, e por acaso lá se vai mais uma década.
Não importa se foi a estréia de "Terminator", do qual saímos extasiados, ou a felicidade do reencontro em "MIB" ou descobrir que estragaram a magia de "O dia em que a terra parou" no filme que acabamos de ver.
É sempre um enorme prazer poder contar com a possibilidade de renovar um prazer, em companhia que vale a pena.

PRIMEIRO POST


O primeiro é sempre o mais complicado, então tentei buscar a lembrança mais antiga que eu pudesse alcançar de um momento realmente interessante de minha vida.
E lembrei... lembrei que eu era apenas um molequinho mirrado e estava sentado ao colo de meu pai "dirigindo" um possante Simca Chambord, numa estrada qualquer de não-sei-onde.
Fechando os olhos dá pra lembrar do vento no rosto, da sensação de poder ao segurar aquele volante e imaginar que realmente era eu que dirigia o carro e não as mãos firmes de meu pai.
Infelizmente é uma das poucas lembranças boas que tenho de meu pai, as outras são quase todas tristes e quando estiver triste talvez escreva sobre elas, no momento lembro de um momento feliz porque me sinto feliz, ao inaugurar mais um blog e este é para falar de algo que conheço muito bem, minha própria vida e experiências que ache que vale a pena compartilhar com o mundo.